Cigarro e cansaço: qual a relação e porquê você precisa parar de fumar

Cigarro e cansaço

por

Qual a relação entre cigarro e cansaço? O que você pode fazer para parar de fumar e ter uma vida longa e próspera é o que vamos te contar.

Qual a relação entre cigarro e cansaço?! Na trajetória percorrida pelo tabaco desde o início de seu uso pelas sociedades européias, essa substância já foi simples adorno, medicamento e símbolo de status – em épocas nas quais pouco se conhecia sobre os males existentes em seu consumo.

O cigarro, em uma versão próxima à que conhecemos, surgiu em meados do século XIX. A rapidez na produção de centenas de milhões de unidades por máquinas, a comodidade de seu transporte pelo usuário e seus componentes viciantes, o tornaram um hábito difícil de ser largado dentro das culturas ao redor do mundo.

Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), oito milhões de pessoas morrem devido ao consumo de tabaco e seus derivados. O uso de tabaco em qualquer uma de suas formas pode causar mortes e doenças debilitantes.

Quais são as substâncias presentes na fumaça do cigarro?

A fumaça do cigarro contém cerca de 4.720 compostos, dos quais mais de 200 são tóxicos e cerca de 40 são cancerígenos. Essa fumaça é constituída por duas fases fundamentais: a particulada e a gasosa. 

A fase gasosa é composta, entre outras substâncias,  por monóxido de carbono, amônia, cetonas, formaldeído, acetaldeído, acroleína – substâncias com riscos mutagênico e carcinogênico, dentre outros efeitos negativos.

A fase particulada contém nicotina e alcatrão. A nicotina é considerada pela Organização Mundial da Saúde (OMS) uma droga psicoativa que causa dependência. Já deu para ter uma ideia porque cigarro e cansaço são uma relação altamente prejudicial à saúde, certo?

Quanto maior o consumo de tabaco, maior é a nicotina-dependência, porque esta provoca a compulsão de fumar. Existem inúmeros estudos que mostram que quanto mais jovem inicia-se  o uso de tabaco, maior a dependência de nicotina desenvolvida pelo usuário. 

Desta forma, daqueles que se iniciam no tabagismo em torno dos 14 anos de idade, cerca de 90% estão dependentes aos 19 anos. Tem-se comprovado que os que começam a fumar entre 14 e 16 anos, desenvolvem muito maior dependência da nicotina, em comparação com aqueles que fumaram o primeiro cigarro depois dos 20 anos de idade.

O alcatrão, por sua vez,  é um composto de mais de quarenta substâncias comprovadamente cancerígenas, formado a partir da combustão dos derivados do tabaco. O arsênio, níquel, benzopireno, cádmio, resíduos de agrotóxicos e até substâncias radioativas, como o Polônio 210, e componentes utilizados em venenos contra roedores – como a acetona, naftalina e o fósforo P4/P6.

Como o cigarro age quimicamente no corpo?

Após inalada, a fumaça do cigarro chega até os pulmões, onde as substâncias nela contidas distribuem-se para o sistema circulatório. O fluxo sanguíneo capilar pulmonar é tão rápido que todo o volume de sangue do corpo percorre os pulmões em um minuto. 

Isso permite que as substâncias inaladas pelos pulmões espalham-se pelo organismo com uma velocidade quase igual à de substâncias introduzidas por uma injeção intravenosa. Consequentemente, após um período de tempo entre sete e dezenove segundos, a nicotina atinge o cérebro.

Cigarro e cansaço: os efeitos verificados

Além da dependência da nicotina, o tabagismo contribui para o desenvolvimento de câncer em diversas parte do corpo, tais como: leucemia mielóide aguda (medula); câncer de bexiga; câncer de pâncreas; câncer de fígado; câncer do colo do útero; câncer de esôfago; câncer de rim e ureter; câncer de laringe (cordas vocais); câncer na cavidade oral (boca); câncer de faringe (pescoço); câncer de estômago; câncer de cólon e reto; câncer de traquéia, brônquios e pulmão.

Outra queixa comum entre os fumantes é a relação cigarro e cansaço. O principal motivo para esse sintoma é que o monóxido de carbono, proveniente da fumaça do cigarro, se liga à hemoglobina – proteína responsável pelo transporte de oxigênio para os órgãos e tecidos do corpo.

Com menos espaço disponível, a hemoglobina carrega menos oxigênio para o corpo, que se ressente dessa diminuição de tão importante gás respiratório. O monóxido de carbono, posteriormente, é expelido pelos pulmões e desaparece do sangue após várias horas, se não houver uma nova contaminação.

A nicotina também tem seu papel nesse processo, pois causa uma diminuição dos níveis de oxigênio no sangue, ocasionando a piora dos sintomas de cansaço.

Com o uso rotineiro do cigarro podem surgir também doenças cardiovasculares – que podem resultar em ataques cardíacos fatais – e doenças respiratórias, como bronquite e enfisema. Essas condições se tornam novos fatores, que interferem no desempenho da função pulmonar, diminuindo-o ainda mais.

O tabaco fumado em qualquer uma de suas formas – cigarros, cachimbos, narguilé, charutos, dispositivos eletrônicos para fumar, entre outros – ainda contribui de forma significativa para o desenvolvimento de enfermidades como a tuberculose, infecções respiratórias, úlcera gastrintestinal, impotência sexual, infertilidade em mulheres e homens, osteoporose, catarata, entre outras.

Riscos do fumo passivo

Não só o usuário do tabaco sofre com os efeitos negativos do hábito de fumar: cerca de 2/3 da fumaça gerada pela queima é lançada no ambiente. Não é à toa que a relação cigarro e cansaço atinge até mesmo os não fumantes!

Essa fumaça que sai e se difunde homogeneamente no ambiente, contém em média três vezes mais nicotina, três vezes mais monóxido de carbono e até 50 vezes mais substâncias cancerígenas do que a fumaça que o fumante inala.

O fumante passivo, ou seja, aquele que convive com fumantes em ambientes fechados, estando expostos aos efeitos negativos da fumaça do cigarro, sofrem os efeitos imediatos, tais como, irritação nos olhos, manifestações nasais, tosse, cefaléia, aumento de problemas alérgicos, principalmente das vias respiratórias, aumento do número de infecções respiratórias em crianças, e elevação da pressão arterial.

O tabagismo passivo é uma das principais causas de doenças em não-fumantes, incluindo câncer do pulmão, doença isquêmica do coração e morte por parada cardíaca.

Sou fumante, mas quero parar!

Existe desde de 2002, uma parceria entre o Ministério da Saúde e secretarias estaduais e municipais de Saúde, que vem organizando uma rede de unidades de saúde do SUS para oferecer tratamento do tabagismo para os fumantes que desejam parar de fumar, no âmbito do Programa Nacional de Controle do Tabagismo.

O tratamento é realizado por profissionais de saúde e composto de uma avaliação individual, passando depois por consultas individuais ou sessões de grupo de apoio, nas quais o paciente fumante entende o papel do cigarro e dos outros produtos derivados de tabaco na sua vida, recebe orientações de como deixar de fumar, como resistir à vontade de fumar, e principalmente como viver sem produtos derivados de tabaco.

Além do auxílio de terceiros, outra atitude que ajudará o usuário de tabaco a deixar seu vício é a prática de esportes. Tornar a prática de seu esporte preferido uma rotina, melhora a qualidade do sono, reduzirá a falta de concentração, os sintomas de abstinência, sintomas depressivos, a tensão, o estresse e a irritabilidade.

Veja também: Alimentação e diabetes: o que você precisa saber

Cigarro e cansaço: quais serão os benefícios imediatos de se parar de fumar?

Após 20 minutos a pressão sanguínea e a pulsação voltam ao normal. Após 2 horas, não há mais nicotina circulando no sangue do fumante. Após 8 horas, o nível de oxigênio no sangue se normaliza. De 12 a 24 horas após o último cigarro, os pulmões já funcionam melhor.

Após 2 dias, o olfato já percebe melhor o cheiro e o paladar já está mais sensível. Após 3 semanas, a respiração se torna mais fácil e a circulação melhora. Após 1 ano, o risco de morte por infarto já foi reduzido pela metade. De 5 a 10 anos depois de parar de fumar, o risco de infarto será igual ao de pessoas que nunca fumaram.

Lembre-se: se você conseguir parar o uso do tabaco em uma primeira tentativa, não desanime! Estudos mostram que em média um ex-fumante tenta parar de fumar entre três a quatro vezes até conseguir definitivamente. 

A cada tentativa, se conhece as maiores dificuldades e aprende-se a controlá-las, sem fumar. Portanto, se você é fumante, pare de fumar, se convive com alguém que fume, ajude-o a vencer essa batalha! Acabe de uma vez por todas com o cigarro e cansaço!

Fonte:




Compartilhe:

SAC - Posso ajudar?
Pular para o conteúdo