Primeiramente, a compulsão alimentar acomete mais pessoas do que a gente pode imaginar! Contudo, todo mundo já passou por um momento de gula diante um quitute saboroso, daqueles em que comemos mais que o necessário e depois vem um sentimento de culpa.
Perguntas como “Até onde isso é uma ocorrência banal, uma gula mas não uma doença?”; “Com qual frequência isso acontece na minha vida?” ou “Existe um padrão para esses momentos?” são ainda mais importantes para verificarmos se esses episódios tornaram-se uma doença conhecida como Transtorno de Compulsão Alimentar (TCA).
O que é o Transtorno de Compulsão Alimentar?
A compulsão alimentar é o nome dado a esses episódios de consumo excessivo e descontrolado de alimentos, em um curto espaço de tempo (a cada duas horas). Em uma quantidade maior que o organismo realmente necessita e costuma estar acompanhada por sentimentos de culpa ou arrependimento.
Segundo o Dr. Alexandre Azevedo, coordenador do Grupo de Estudo, Assistência e Pesquisa em Comer Compulsivo e Obesidade: “Um comedor compulsivo abrange no mínimo dois elementos: o subjetivo (a sensação de perda de controle) e o objetivo (a quantidade do consumo alimentar).”
Quais as causas da compulsão alimentar?
A compulsão costuma ser motivada por emoções intensas como tristeza, preocupação, estresse, felicidade, sentimentos de rejeição, euforia e ansiedade. A fome sentida pela pessoa em um episódio de compulsão é súbita, intensa, inespecífica quanto à qualidade dos alimentos ingeridos, não causa mal estar físico e é acompanhada de culpa após comer.
Existem grupos de risco?
Pode atingir pessoas de todas as faixas etárias, mas os grupos de risco são os adolescentes e jovens. Isso acontece devido às mudanças biológicas, psicológicas e sociais que sofrem e pela pressão familiar, da sociedade e da mídia.
Como diagnosticar a compulsão alimentar?
Por exemplo, os episódios de compulsão alimentar costumam estar associados a três ou mais dos aspectos listados a seguir, acontecem quando a pessoa tende a comer:
- mais rapidamente do que o normal;
- até se sentir desconfortavelmente “cheio”;
- grandes quantidades de alimento na ausência da sensação física de fome;
- sozinho por vergonha do quanto se está comendo;
- sentir-se desgostoso de si mesmo, deprimido ou muito culpado em seguida;
- sofrimento marcante em virtude da compulsão alimentar;
- os episódios de compulsão alimentar ocorrem, em média, ao menos uma vez por semana durante três meses;
- a compulsão alimentar não está associada ao uso recorrente de comportamento compensatório inapropriado (expurgo, por exemplo, forçando o vômito ou usando laxantes) como na bulimia nervosa e não ocorre exclusivamente durante o curso de bulimia nervosa ou anorexia nervosa.
Baseados na frequência dos episódios de alimentação compulsiva, determina-se a gravidade do transtorno:
- leve de 1 a 3 episódios durante a semana;
- grave, entre 8 e 13 episódios semanais
- extremo, com mais de 14 episódios de descontrole alimentar.
Quais os efeitos dessa doença?
Os efeitos deste transtorno sobre a vida diária de uma pessoa vão de problemas nas interações sociais (passa a evitar interagir com outras pessoas em momentos de lazer, que envolvem comida, por exemplo).
De fato, é nítido o prejuízo da qualidade de vida até a maior morbidade e mortalidade médicas (diabetes, aumento dos índices de colesterol, entre outras condições). Bem como de risco maior de ganho de peso e desenvolvimento de obesidade.
Existe tratamento para a compulsão alimentar?
O tratamento costuma envolver terapia cognitivo-comportamental ou psicoterapia e, às vezes, o uso de fármacos, nos casos graves e extremos.
Acima de tudo, vale lembrar que, independentemente dos sintomas, se você desconfia ou tem dúvidas, o ideal é sempre procurar um médico especialista para te auxiliar.
Fontes:
Gov.br
Saúde Brasil